terça-feira, 21 de junho de 2016

"La Loi du Marché" (2015)



Mais um bom exemplo do que eu chamo de "cinema europeu", e neste até um raro caso em que o titulo original do filme é traduzido "á letra" para o português - "A Lei do Mercado" (2015).


O que me chamou a atenção para ver este filme, para além de estar na oferta da Cultura Vibra (cine-Teatro Avenida) de Castelo Branco, foi o aparente argumento do filme: um "quarentão" que se encontrava numa luta em conseguir arranjar um novo emprego após ter perdido o seu de há muitos anos.

 Quando Thierry Taugourdeau (Vicent Lindon) fica sem o seu trabalho, vê-se confrontado com um mercado que pede para além de experiência na função também uma formação em utilização das novas tecnologias - parte deliciosamente representada no filme quando a personagem tem uma entrevista de emprego através do...Skype.

Dentro desta parte do filme a personagem é confrontada como é habitual com a saúde financeira da família e existe a dicotomia entre os bens do cliente/e até que ponto está disposto a ver-se livre deles a fim de garantir a sua subsistência.

 Outra cena do filme digna de referir é quando se encontram reunidos em grupo vários candidatos a arranjar trabalho e a tarefa deles naquele momento é avaliar o comportamento de e postura de Thierry que numa entrevista de trabalho. 
Cada detalhe da personagem foi alvo de análise detalhada por cada membro do grupo o que, pelo menos na minha interpretação, foi feita de forma pejorativa e conduziu a uma desmotivação e "bota a baixo". 
Haveria outras estratégias de analisar o comportamento da personagem de forma a ir ao encontro da elevação das características do candidato e no fundo de lhe atribuir motivação extra de que muito precisa para arranjar trabalho. Mas talvez o realizador quisesse transmitir isso mesmo.
Falta também de alguma contextualização do cenário: para Thierry ser tão criticado por colegas na postura da entrevista de trabalho talvez por ser a 1ª situação em que encontrava desempregado?
Bem haverá várias possibilidades de explicar a situação...

Por último e não sei se é intencional, o que no início do filme vai parecer um relato da luta em arranjar um trabalho, acaba por se perder pois Thierry consegue um emprego numa actividade mais "baixa".
Aqui o filme passa a centrar-se neste "novo emprego" e o foco passa a ser o materialismo, consumismo, honestidade das pessoas e confiança.

O filme está bem contruído em termos de argumento mas falta esta ligação entre a procura de emprego num indivíduo quarentão e as novas peripécias do novo trabalho que encontrou. 

Até nos parece um filme divido em duas partes no final...

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