quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Amy Cuddy, como a linguagem corporal nos condiciona

 

Amy Cuddy, Psicóloga Social, Professora e Investigadora  na Universidade de Harvard


Trata-se de uma Psicóloga única que nos fala de presença - da forma como estamos e de sabermos estar e não tem a ver só com a nossa posição mas sobre a forma como a nossa posição influência a nossa interação com as pessoas e aquilo que transmitimos aos outros.


"Tudo começou há 4 anos (..) inspirada na sua experiência pessoal decidiu falar de "presença" ou como a linguagem corporal condiciona a percepção de poder pessoal e porque é que esse conhecimento deve ser partilhado e beneficiar as pessoas que tem meno talento e estatuto."



"Estamos todos ligados, mas estaremos realmente presentes?
Amy Cuddy (AC): Nunca estivémos tão ausentes e superficiais. 
A nossa presença não se mede pela frequência nas redes sociais nem pelo conteúdo das mensagens qie enviamos.


"O que significa estar presente?"
AC: É estar disponível, de corpo e mente.
Ser capaz, sobretudo em momentos de stress, como uma entrevista de emprego por exemplo, manter na situação sem a percepção de ameaça nem ansiedade. 
Ao aceder ao nosso EU mais autêntico e mostrá-lo inteiro, sem reserva, conseguirmos ouvir o outro e relacionarmo-nos com ele plenamente.



"Se queremos ter relacionamentos significativos mas sentimos qu os outros não conseguem ver-nos como realmente somos, é complicado chegar até eles também.
Mudar a linguagem corporal e ter uma imagem melhor não é tudo.
O essencial é construir relacionamentos genuínos, sustentáveis e assentes na confiança mútua."


"Nas suas palestras e escrita dedica especial atenção a um tema que parece estar em voga: a síndrome do impostor. Ou a sensação de que se é uma fraude, sobretudo se se é competente.
A que se deve?
AC: É um problema humano, geralmente associado às mulheres.
Inúmeras investigações demonstram que não é assim.
É algo comum a muita gente e que precisa de vir à superfície.
A experiência do impostor é mais normal do que se pensa e resulta de nos apegarmos a padrões tão elevados de desempenho que se tornam irrealistas. 
Seguimos o que os nossos colegas e amigos publicam nas redes sociais e passamos o tempo a comparar quem tem mais momentos felizes e perfeitos, mesmo que nenhum de nós se sinta assim tão feliz e perfeito.
As experiências para o sucesso são tão elevadas que ficamos com a impressão de não estar á altura e de sermos impostores.
A cultura que temos premeia a excelência e não o desfrute.
Por isso temos a impressão de que os outros têm mais sucesso do que nós e são mais felizes do que realmente são."



"Com demasiada frequência, colocamos grande parte da nossa atenção nos outro, naquilo que podem pensar acerca de nós e em gerir essa impressão que podemos estar, ou não, a conseguir transmitir-lhes.
É a nós mesmos que temos de impressionar e gerir essa impressão."


"A falta de poder pode ser tão ou mais crítica do que o excesso dele?
AC: (...) os estudos nesta área, contrariamente ao que se pensa, o poder em si não corrompe e, efectivamente, permite que cada um se revele como é.




O Livro "Presence" de Amy Cuddy


Vídeo na plataforma TED:



na revista "Visão" Setembro 2016

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