"Porquê acreditar que existe um Deus todo-poderoso e bom em vez de um Diabo todo-poderoso e mau?
Os religiosos costumam ter o Universo como prova de que existe um Deus todo-poderoso e bom. Eles argumentam que as próprias características do mundo mostram que deve existir um criador-projectista, que é na verdade, todo-poderoso e bom.
No entanto, como John Stuart Mill alegava no séc. XIX, se olharmos sério com a intenção de o descortinar, por analogia (...) encontramos provas esmagadoras que mancham o nome do criador: doenças, fome, sofrimento, morte, guerra, condições trabalho, etc...
Devemos ter em mente que o ser todo-poderoso - Diabo ou Deus - não tem qualquer poder de acção.
(...) podemos argumentar que para existir o mal, por uma questão de lógica, tem de existir o bem.
Quem acredita numa figura todo-poderosa que criou e projectou o universo tem de explicar porque está convencido de que ele é bom e não mau - ou, na verdade, algo de intermédio.
Não será mais provável que existam pelo menos dois poderosos e distintos, um mau e outro bom?
O ___Zoroastrianismo___ caracteriza-se pela proclamação dessa dualidade.
Será que é a única religião sensata?!
Paradoxalmente, isso poderia explicar porque razão praticamente ninguém acredita nisso. Veja bem, talvez isso não seja nenhum paradoxo.
Afinal de contas, será que a fé e bom senso se combinam assim tão facilmente?
in "Duas vidas valem mais do que Uma?" de Peter Cave
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