terça-feira, 24 de maio de 2016

"A nossa história não determina o nosso destino"

 Boris Cyrulnik (1937)


"A nossa história não determina o nosso destino."


Perante uma tragédia, há pessoas que ficam destroçadas, sucumbem ao desalento ou a uma depressão, perdendo às vezes a esperança e, inclusive, a vontade de seguir em frente.
Ficam obcecadas com o acidente, sofrem de pesadelos, recordaçoes recorrentes e ataques de ansiedade.
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Outras reagem de forma diferente e parecem capazes de aguentar não apenas os altos e baixos habituais da vida, mas também as perdas e os traumas potencialmente avassaladores; em vez de se abaterem ou deprimirem, demonstram a capacidade de lidar com circunstâncias dolorosas e seguir em frente.

Boris dedicou o seu estudo à chamada "resiliência psicológica" - não é uma qualidade inierente às pessoas - mas algo que se constrói através do processo natural.

Construimos resiliência ao desenvolver relações. Estamos sempre a construir-nos a partir das pessoas e das situações que se nos deparam, das palavras que trocamos e dos sentidos que surgem.
Poderiamos pensar que se solta uma única "ponta", a nossa vida se desmoronará; a verdade é que, "se uma única ponta resiste, podemos voltar a começar de novo."


O humor e as emoções positivas são factores chave para a resiliência.


Os estudos de Cyrulnik revelaram que as pessoas mais aptas para suportar as dificuldades e os traumas da vida são capazes de ver um sentido nas tristezas, consideradas experiências úteis, com as quais podem aprender, e são capazes até de se rir.

Os resilientes nunca perdem a capacidade de ver que as coisas podem melhorar no futuro, embora o presente seja doloroso.

O repto consiste em superar o ocorrido, encontrar força na experiência em vez de deixar que os vença e usar essa força para seguir em frente.


Com o apoio adequado as crianças são especialmente capazes de recuperar dos traumas. Boris mostrou que o cérebro é maleável e consegue recuperar se lhe for permitido.
O cérebro de uma criança traumatizada apresenta ventrículos e o córtex encolhidos, mas se a criança receber apoio e o carinho depois do trauma, antes de um ano o cérebro pode voltar à normalidade, como mostram as IRM.

Cyrulnik insiste na importância de não as crianças que sofrem traumas, fazendo-as assim desembocar num futuro sem aparente esperança.

O TRAUMA tem 2 componetes:
- o dano
- a representação do dano

As etiquetas segundo o psicólogo podem ser ainda mais traumatizantes que a própria experiência em si.



"A resiliência é a capacidade para crescer ao enfrentar problemas terríveis." 



in "Livro da Psicologia"

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